Perfil

História de Corvo Advogados


Corvo Advogados foi fundado na cidade de Santos, a 5 de maio de 1966, ocupando uma sala em prédio pequeno da Rua Amador Bueno.

Nessa época, a consolidação do regime autoritário criava uma situação difícil para o exercício da advocacia: de um lado, as liberdades civis e públicas encontravam-se cerceadas; de outro, mudanças legislativas estruturais alteravam profundamente o sistema jurídico brasileiro, numa velocidade nunca antes vista.

Temperou-se, naqueles tempos duros, a vontade de aço com que Corvo Advogados sempre defendeu o Direito e a Justiça quando ameaçados, sem medir os riscos assumidos.

E neles aprendeu a ser ágil na assimilação das novas regras jurídicas que advieram das transformações econômicas, sociais e políticas ocorridas no Brasil e no mundo na segunda metade do Século XX.

Corvo Advogados atendia a todas as questões que lhe traziam os clientes, sem procurar qualquer especialização. Desde o assessoramento a pequenos empresários até a defesa de empregados urbanos e rurais na Justiça do Trabalho; desde pleitos em demandas civis, até a defesa de acusados em inquéritos e processos criminais.

Data destes primeiros tempos a percepção, sempre presente em Corvo Advogados, de que o exercício da profissão de advogado exige uma visão ampla do Direito, que permita uma interpretação sistêmica das suas normas, por mais voltadas que sejam a questões particulares.

Essa indispensável apreciação panorâmica da cambiante paisagem jurídica não pode ser diminuída pela especialização que se faz necessária em decorrência da crescente amplitude e multiplicidade das normas legais, resultado direto da vida moderna, a cada dia mais complexa.

Em 1967, Corvo Advogados instala um escritório na cidade de São Paulo, uma pequena sala de velho edifício situado numa esquina da Praça da Sé. Coexiste com o da cidade de Santos. As suas atividades abrangem igualmente todas as áreas do Direito, sem exceção.

A cidade de São Paulo crescia vertiginosamente nesse tempo – a cada ano chegavam à urbe cosmopolita, para nela labutar, cerca de 400.000 pessoas, mais de mil por dia! A indústria, o comércio e os serviços expandiam-se com pujança inesgotável. Era o início do período que viria a ser cognominado de “milagre brasileiro”.

Corvo Advogados tem os seus serviços crescentemente requisitados por dois entes que vão ocupando o centro de todos os conflitos: (i) o ser econômico denominado pelo eminente jurista, Professor Doutor José Luiz Bulhões Pedreira, de sociedade empresária e (ii) o indivíduo, não só como cidadão integrante da sociedade civil democrática em crescente conflito com o Estado autoritário, mas também – e principalmente – como titular de direitos adormecidos pelo desuso, cujo respeito começa a exigir – e de direitos novos, como os instituídos pelo Código de Defesa do Consumidor.

O fortalecimento das empresas leva-as a ter um papel preponderante na vida nacional. A crescente urbanização do País faz com que, no plano político, o regime autoritário sofra o seu primeiro revés eleitoral nas eleições gerais de 1972, com o fortalecimento do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Essa agremiação, até então mera figura decorativa, passa a ter um papel efetivo de partido político e conduz a luta pelo restabelecimento da democracia, que passa pela campanha de “Diretas Já” e culmina com a eleição (embora indireta) de Tancredo Neves para a Presidência da República.

O exercício da profissão de advogado, nessa tormentosa e cambiante realidade econômica e social urbana, exigia que se fizessem escolhas.

Corvo Advogados tem de fazer escolhas. A primeira é manter ou não os dois escritórios – o de Santos e o de São Paulo. A segunda – igualmente penosa para uma banca que se habituara a passear por todas as alamedas e praças do Direito – é definir o foco principal das suas atividades profissionais, sem perder a indispensável visão panorâmica do mundo jurídico.

O ato de optar não é instantâneo, isso é impossível para o profissional da advocacia. Há que se propor um norte e, pouco a pouco, mas persistentemente, caminhar na sua direção e, com firmeza, evitar os atalhos, por mais convidativos que sejam.

Na década de 70, o escritório de Santos é desativado. Impossível mantê-lo em face do ímpeto avassalador dos serviços exigidos pela Paulicéia em desvairado crescimento.

Corvo Advogados decide-se, então, por ser um escritório de advocacia paulistano.

Escolhe, como seu destino, manter uma visão permanentemente ampla do evoluir do Direito em todos os seus ramos e colaborar com seu aprimoramento, mas centrando as suas atividades, essencialmente, na defesa dos direitos e interesses da sociedade empresária e do indivíduo titular de direitos civis.

Recusa-se a crescer demasiadamente e transformar os seus clientes em números ou siglas; a especializar-se exageradamente e perder a visão do conjunto do mundo jurídico. Prefere ser um escritório pequeno que cuida (também) de coisas grandes e cuja atividade está voltada permanentemente para a busca incessante de soluções jurídicas para problemas negociais e pessoais, que entende serem sempre encontráveis, vez que o Direito regula a vida social, tendo sido construído pelo Homem desde que deixou de constituir um bando e formou a primeira comunidade.

Ao longo do último quartel do Século XX e nestes primórdios do Século XXI, Corvo Advogados manteve-se fiel ao destino que se traçou e ao perfil que para si escolheu. Continua essencialmente paulistano, não obstante conte com a cooperação de escritórios em todo o País e no mundo inteiro. Cresceu moderadamente, somando hoje em seus quadros a experiência de operadores calejados do Direito e o dinamismo de profissionais jovens e aplicados.